outro final

Nem pronto, nem no ponto 

Tudo se foi como quem sopra poeira

Era de se esperar que fosse 

No tempo devida das coisas que vão

Cada parte marcada

Com data e validade

Nem sonhos, nem na real 

Um patro cheio pra final 

Preces

Oro, como nunca desde então 

Igual a tia da capela de alguns anos

Sou de lua e as vezes de encanto 

Peço como quem sopra aos céus 

Nem por quem deveria ou por outro

Antes o tempo fluia ao mesmo ritmo

E suas batidas ecoam em mim 

Do lugar onde fizera morada

Das alturas de suas questões

Ouso pedir a sorte grande

O senso de seguir em pés profundos

Cantigas que clamam os quatro canto

As velas que ascenam por glórias

Vivem em mim todas elas

Meu caminho serve de ponte 

Outrora apenas de norte 

E hoje né afastam da morte 

Verdades 2

Não sou de mentir, e assim foi

Mas o que seria não dito a tal ponto 

De tudo que foi dito e repito

Concluo sem nem falar 

Me expesso sem dizer

Em poucos miúdos me perdi

Como sempre o falso análogo 

Na real tava na cara 

E mesmo assim se escondeu 

Entre dias e dias e anos

Pois se então maior

Maior que tudo que já foi

Veio junto com sabor

Amargou o amanhecer 

Se desfez em sopro de poeira 

A mesma que mentiu sobre a vida

Nos matando a noite inteira 

A verdade acumulou na cabeceira 

E hoje só resta o pó...

Tá tudo aqui

Por mais ou por menos

Ou, por anos e anos, assim 

Como se nunca tivesse ido

Contemplo o óbvio outra vez

Querendo dizer coisas novas

Vivendo de marra e má vontade 

Sujeito que no se leva ou se trás 

Se engana que não tenho conduta 

Em breve me identifica, tão simples 

Se acabou e não vi prosseguiu sem querer 

Um detalhe não combinado 

Caminhos que descruzam 

Formas que não se vê 

Defeitos escondidos 

De fora pro mundo 

De dentro pra mim

Quem cai por si só nem tem medo 

Quem assiste cair não sorri

Fui de manhã mas tremi 

Eis que de longe é distante de mim

Eis que então me vi e te vi 

Logo ali, juntos no fim 

Subindo

Nem sempre é pelo início 

As parcelas que nunca concluem o todo

É que sempre foi assim

O ângulo errado me trouxe aqui 

Nada se bastava nem mesmo agora

Coisa errada ou coisa nossa

A quem diga que sumi

As vezes concordo e não suporto

Pequeno de mais ou de menos 

Contexto perdido ou nem mesmo 

Com sorte ei de por fim 

Em partes num todo confuso 

Seguimos com alvo firmado

Reconstruindo o que se achava perdido 

Fatos

Achei que poderia saber

Jamais me foi dito que não 

Seguir não te prepara

Voltar não te cura

Sentir não perdura

Existe sentidos diversos

Coisas que jamais vi

Nem foi nem veio 

Vamos daqui e não seremos

Tudo de mim e meus sentimentos

Nada equivalente

Somos ainda um nada 

Adiante e após

Nada vem

Nada vai

É só aqui 

É só agora

Tudo mais já foi

Nem vai vir

Mentir não ajuda

Supere 

Na Lida

E do nada, explode em mim

Tantas vezes eu já disse

Dói no centro da coisa

Mata aos poucos as plantas todas

Morre em mim a verdadeira

O tanto, o causo mais bonito

A verdade em meio a gente

Tento entrar no mundo ao lado

Caio aos montes em pedaços

Já nem falo dos pecados

Nem cubro de bondade

Foi contratado e desviado

Ao ver na prática

A lida. A vida.